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Festivais

Cinanima Programação Estreou-se na Longa-Metragem

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A organização do Cinanima apostou pela primeira vez em filmes de longa duração, mas procura novos mecenas.

A 27ª edição do Cinanima deu os primeiros passos na área das longas metragens, à margem dos filmes a concurso no festival. O público teve assim oportunidade de assistir a obras com ante-estreia absoluta em Portugal na sua quase totalidade.

Foi esse o caso de «The Wild Thornberrys Movie», uma produção conjunta da Nickelodeon com a Paramount Pictures, que estende para formato longo a série de animação com o mesmo nome, tal como tinha sido já experimentado com sucesso com as crianças de «Rugrats». Mas também de obras com conteúdo mais adulto, como «O Século Animado» de Adam Snyder e Irina Margolina e – numa novidade saudada por todos os fãs do esotérico marinheiro de brinco na orelha – de «Corto Maltese, La Court Sécrete des Arcanes» de Pascal Morelli.

Este ciclo de filmes de longa duração, organizado em parceria com a Lusomundo, pretende continuar nas próximas edições do festival de Espinho. Para os organizadores, esta foi uma experiência piloto com bons resultados, que se pretende estender logo que seja também retomado, nos eventos futuros, o apoio do ICAM ao festival interrompido este ano.

A importância do surgimento e envolvimento de outros mecenas foi também salientada pelos organizadores. Em declarações à comunicação social, Manuela Lima afirmou que «o cinema de animação português tem pernas para andar» mas «é importante que surjam novos mecenas e que o Instituto do Cinema, do Audiovisual e do Multimédia continue a dar o apoio merecido».

Crónicas

O Condes Morreu, Vivam os Reis

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Lisboa é uma boa cidade para se ir ao cinema. Não falo por falta de conhecimento de outras cidades, ou por simples apetência pelo centralismo da capital. A verdade, essa, é que Lisboa não é só a melhor cidade portuguesa neste campo, como é uma das melhores em termos europeus, o que a faz uma das melhores em termos mundiais.    É verdade que hoje o Paris é uma curiosidade e o Condes um restaurante de comida rápida. E então? O Tempo não é estático é os imobiliários não são nada sem pessoas. E essas, há muito que já não iam ao Condes. Há que aprender com a História e defender as salas que ainda existem. É graças a elas e a nós espectadores, que, repito, Lisboa é uma das melhores cidades mundiais para se ver cinema.

Existem cerca de 160 salas na Grande Lisboa. Destas, cerca de 140 estão agregadas a Centros Comerciais. Funcionam um pouco como os espectáculos para os casinos. Estes conduzem ao jogo, como a ida ao cinema conduz ao consumo. E então? As pessoas são soberanas na sua decisão, e se no último ano novas salas despontaram como cogumelos, de que o Cascais Vila e as Twin Towers são apenas dois bons exemplos, é porque há espectadores/clientes que as justificam. Se as pessoas querem fitas americanas a 5 euros, a escolha é delas. Importa registar que há a oferta, e que tem adesão. Se todos optassem por filmes de um anónimo paquistanês, dificilmente haveria tanto público.

A PT, via Lusomundo, domina o circuito, logo seguida pelo Paulo Branco, que se mantém na corrida com salas como o Saldanha. É ele quem tambem, subsidiado, mantém salas como o Ávila. Sirva o erário público para alguma coisa. Em salas como esta reside o quinhão que completa a oferta, com requinte, e que mostra que nem uma posição dominante como a da PT impede a concorrência. O Ávila, o Nimas, o S. Jorge, fornecem boas salas com um circuito alternativo complementar.

Preços mais baratos, filmes menos óbvios. Com público. Outro, talvez, menor, sem dúvida. Mas a oferta existe e as pessoas correspondem. Temos depois as salas com ciclos. O Cine 222, e o Loreto, que deixou a pornografia para enriquecer a oferta da capital. A cereja do bolo é a Cinemateca, com as suas três salas e edifício remodelado. Por aqui passam das fitas mais emblemáticas do Século XX. Menos concorrido mas indispensá veis para o conjunto e permissa desta crónica são os institutos estrangeiros, como o Cervantes, Goethe ou o Franco-Português. Ou a Videoteca, em Alcântara, que ajuda a promover não novas tendências mas sim novos talentos. De vez em quando, alguém se lembra de promover umas exibições ao ar livre, paraíso dos fumadores e dos aderentes às novidades, porque um ‘drive-in’ ou ‘seat-in’ é sempre diferente, mesmo se o filme é a «Música no Coração».

Até o facto do Olimpia passar filmes pornográficos com títulos que promovem um sorriso rasgado a quem esteja atento são um sinal positivo. Um sinal de que a oferta é alargada e que o público tem possibilidades de sair satisfeito.

As pessoas têm aderido ao cinema, às salas, aos filmes. A oferta é vasta e, mais importante, variada. Basta procurar, estar atento. Quem se queixar de que não há bons filmes em Portugal não vê que Lisboa é hoje uma cidade muito mais rica do que há 20 anos atrás em termos de oferta cinematográfica. Mesmo se antes havia o Condes. Porque se ele morreu, alguém o deixou morrer, e o velório não foi muito concorrido. Por isso, é importante reter a riqueza actual que Lisboa oferece neste campo. E fazer com que o problema de ver um bom filme seja apenas uma questão de escolha.

Crónicas

O Som do Silêncio

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Como melhorou a qualidade do som nos filmes portugueses! Lembro-me de que, ainda há não muito tempo, as fitas nacionais quase precisavam de vir legendadas. Ou então, que os espectadores fizessem cursos-relâmpago de leitura de lábios. Felizmente, hoje já não é assim. Agora só faltam os diálogos que valha a pena ouvir.

Claro, estou a brincar. Mas desde o início o som foi uma fonte de controvérsias na jovem arte cinematográfica. O cinema tornou-se sonoro, e depois falado, um pouco por acaso, porque a Warner se encontrava à beira da falência e tentou, como última cartada, uma experiência diante da qual as concorrentes recuavam, receando um desastre comercial. Bem, parafraseando o impagável produtor Samuel Goldwyn, ninguém gostou daquilo – excepto o público.

Sim, as platéias aderiram com entusiasmo à novidade, mas os cineastas e os críticos torceram os narizes. Pudovkin, Eisenstein e Alexandrov publicaram um manifesto contra o som, alertando para o perigo do «teatro filmado». René Clair também fez uma birra. Mas o mais amuado foi mesmo Chaplin: «Os filmes falados? Odeio-os! Vieram estragar a arte mais antiga do mundo, a arte da pantomima. Destroem a beleza do silêncio». OK, ele lá tinha as suas razões para achar que mais valia estar calado. É como observou mais tarde o mordaz Billy Wilder: «Quando Chaplin ganhou uma voz para dizer o que se passava na sua cabeça, foi como se uma criança pusesse uma letra na Nona Sinfonia de Beethoven».

Tratava-se, claro, de um lamentável equívoco: os mestres do mudo tomavam por trunfo o que não passava de uma lacuna. Às vezes, é verdade, a falta de som estimulava a criatividade de uma maneira cómica: no clássico «Napoleão», de Abel Gance, durante um ataque ao forte de Toulon pelas tropas franceses, todos os soldados que tocam tambores são instantaneamente mortos.
Logo se verificou que o sonoro exprimia melhor até o próprio silêncio. No sonoro, o silêncio adquiriu um valor positivo, de que estava privado na uniformidade taciturna do mudo. Assim, depois de, por exemplo, uma música retumbante, o súbito silêncio assume uma intensidade conceptual. Só o sonoro pode, por contraste, representar o silêncio sepulcral. Para não falar no minuto de silêncio (que, no mudo, eram todos).

É certo que estamos a falar de um realismo dúbio, isto é, na maior parte das vezes «pós-sincronizados», ou seja, registados em estúdio depois das imagens. Isso porque, devido aos caprichos da técnica e da física, uma parede, um vidro ou uma escada gravadas ao ar livre não produzem um som «autêntico». Por outro lado, há certos ruídos que já foram registados de uma vez para sempre: pode comprar-se, nas lojas da especialidade, um canto de galo, um bramido de ondas ou um coaxar de rãs. Só não se pode comprar é bons diálogos.

E há, naturalmente, a música. No cinema, a música pode assumir dois papéis: de ambiência ou contraponto (ou paráfrase). A primeira é, digamos, decorativa (não quer dizer que seja supérflua). A segunda pode tornar-se dramática. Se for de certos compositores que a gente sabe, tornar-se-á seguramente melodramática. Como disse o outro, a música japonesa é uma tortura chinesa.
Sem som e sem música, não haveria os musicais. E, sem os musicais (que, por ironia da história, brilharam na Metro e não na Warner), não haveria Fred Astaire. Bom, por causa de um bisonho executivo de Hollywood, que avaliou o primeiro teste do futuro maior bailarino da Sétima Arte, quase que não houve de facto Fred Astaire. Eis o veredicto da sumidade, quando Astaire acabou o seu número: «Não sabe representar. Ligeiramente careca. Dança um bocadinho».

Hoje, ninguém com cinco gramas de miolos duvida de que o cinema seja a imagem unida à palavra, ao ruído e à música. OK, cada macaco no seu galho. Frank Sinatra, por exemplo, embora tenha embolsado um Oscar de melhor actor secundário, continua a pertencer mais à música do que ao cinema. Ou, como alguém resmungou: «Tirem o microfone e a orquestra a Sinatra e o que é que lhe restaria? Trabalhar numa pizzaria!».

Crónicas

O Som e a Fúria

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Há poucos dias, eis que dei por mim na entrada de um descomunal centro comercial de bilhete na mão, lado a lado com uma entusiasmada criança de 10 anos, pré-adolescente quase, ambos prestes a embarcar na electrizante experiência de «Tomb Raider 2».

Estávamos mais do que preparados para suspender a descrença durante duas horas e pular a pés juntos para dentro do universo dos jogos de consola tornados película e admirarmos os contorcionismos e os seios digitalmente aumentados de Angelina Jolie. Mas havia uma coisa para a qual nada nos preparara. E essa coisa foi o som, a fúria, os dementes décibeis que atordoaram os nossos ouvidos com a tonitruante pujança dos canhões da guerra de 14-18 ou, mais contemporâneos, os mísseis Tomahawk das guerras do Golfo.

Era demais. A criança, apesar de tudo habituada ao cacofónico estrilhar de guitarras trash-metal, tapou os ouvidos durante dois terços do filme e, mesmo assim, saiu de lá seriamente candidata a uma consulta de otorrino. Eu, por outro lado, sentia estarrecido o aumento da minha pulsação e o corpo a vibrar como uma personagem do «ER» com o George Clooney. Por momentos, apeteceu-me mesmo procurar a campainha e chamar a enfermeira, antes que fosse tarde demais e a alma se separasse do corpo num esforço derradeiro de sobrevivência.

Cá fora, apreciando o silêncio das centenas de criancinhas debicando Happy Meals e fatias de pizza, pensei no que acontecera. O que levara as salas de cinema a superarem o nível sonoro de um concerto dos Sepultura? Por que obscura e satânica razão tinham os responsáveis das salas optado por reduzir os espectadores a cobaias de experiências acústicas limite? Pretenderiam eles que os filmes fossem ouvidos do espaço e atraissem assim novos públicos desde o segundo anel de Saturno?

A resposta surgiu-me mais tarde, após duas semanas de recuperação nas termas do Buçaco, com a clareza de uma epifania: Afinal, as clamorosos ondas de choque sonoras eram a resposta natural ao chinfrim do próprio público. Às conveue não padeçam de surdez crónica.

Todos nós já tentámos certamente fazer calar algum destes exemplares com este tipo de comportamento e desistimos. Quando conseguimos, foi com certeza numa das raras vezes em que o dito cujo (são normalmente homens, vá-se lá saber porquê) estava sózinho e era mais franzino do que nós. Em geral, este tipo de gente anda em manadas e tem a compleição de um condutor de máquinas pesadas. E, entre o ruído boçal e o silêncio eterno da campa, é natural que optemos pelo primeiro.

Mas, pese embora compreender agora a estratégia dos exibidores, continuo a achar que há limites. Devem existir outras formas de educação da plateia para além de destruir-lhes os tímpanos. Quando se leva uma criança de dez anos a desejar abandonar a sala, com medo que o texto lhe caia em cima da cabeça como os conhecidos gauleses, algo está errado. Aqui fica, pois, o apelo. Ou, pelo menos, o aviso. Para a próxima vez que derem por vós com vontade de apreciar um qualquer blockbuster, levem tampões de ouvidos.

Especiais

O Cinema no Estado Novo

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O Estado Novo e o Cinema

Não foi há muito tempo, o Estado Novo. Durou mais anos do que aqueles que passaram desde que terminou, na madrugada de 24 para 25 de Abril de 1974.

As suas marcas são ainda visíveis hoje, nomeadamente na ansiedade de tentar criar uma indústria de cinema num país onde ela nunca existiu.

A primeira legislação com repercussões no cinema nacional data de 1927, ainda com a Ditadura Militar, e instaurou fenómenos como a Lei dos Cem Metros, que tentou forçar a existência da produção nacional no campo dos documentários. O resultado foi uma série de películas mudas, intragáveis e repetidas até à exaustão, que eram exibidas mesmo com o advento do sonoro. A lei, essa, acabou por ser esquecida mesmo pelos legisladores.

Salazar, que moldou o País ao seu olhar, teve uma peça essencial nessa missão: António Ferro . Um homem brilhante que, através do Serviço Nacional de Informação, pecou pelo facto de tentar impor às pessoas a sua visão do que deveriam ser os filmes. Tal como Salazar, conhecia a força do cinema, a sua influência, a sua capacidade de gerar realidades alternativas. Por isso reforçaram a censura, arma que conduzia, antes de mais, ao auto-constrangimento artístico. Usada e abusada, a censura entrou mesmo em filmes como a « Aldeia da Roupa Branca», bloqueou centenas de filmes estrangeiros e inibiu a criação artística interna.

Quem fosse ao cinema, tinha poucas opções: podia ver as comédias,odiadas por Ferro mas adoradas pelo público, ansioso de gargalhadas, ou via os documentários de propaganda disfarçada de actualidades, transportados por todo o país pelos Cinemas Ambulantes. A outra opção eram os filmes estrangeiros, aqueles que Salazar, pela mão de Ferro, deixava entrar, e obrigava a legendar. Quem fosse analfabeto, e eram a maioria, não ia ao cinema.

Salazar parecia gostar de cinema, e respeitava a sua força. Usava-a em seu favor, mas não permitia que o vissem como um mortal. Para ele, o poder tinha de ser sinónimo de sacrifício, de abnegação. Nunca entretenimento. O Presidente do Conselho chegou a ter uma sala privada, mas raramente a usou. Quanto a António Ferro, usou todas as armas ao seu alcance para moldar os gostos dos portugueses, através de medidas como o Fundo do Cinema Nacional, prémios do Estado Novo que enalteciam filmes baseados em romances intemporais ou vidas épicas como a de Camões. Teve pouco sucesso.

Perceber os diversos aspectos do que foi o cinema português durante o Estado Novo é um passo para entender a sétima arte em Portugal nos dias que correm.

Especiais

Cinema de Animação

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Animação Portuguesa

O cinema de animação tem cerca de 80 anos de vida em Portugal, mas esta tem tido os seus altos e baixos. O «Pesadelo de António Maria» fixa o seu nascimento em 1923, tendo depois um percurso irregular, que apenas de desenvolve nos anos 60, com um forte pendor publicitário.

O 25 de Abril de 1974 vem abrir as portas deste género cinematográfico, destacando-se os programas de Vasco Granja e o arranque do Cinanima, festival internacional de animação realizado anualmente em Espinho deste 1977. Aqui nasceu toda uma nova geração, com figuras como Regina Pessoa, ou Pedro Serrazina.

Hoje, a animação em Portugal esta mais madura, mas enfrenta dificuldades. Sendo um género que, mais do que as longas metragens, carece de subsídios e de um meio ambiente propicio, o encerramento do estúdio Animatógrafo, liderado por Abi Feijó, e as dificuldades que tem sofrido a Casa da animação, no Porto, são sinais visíveis de um ciclo recessivo. A «Suspeita», realizada por José Miguel Ribeiro, em 1999, foi o ponto alto desta arte, quem tem a vantagem de não ter de se subordinar aos meios «reais» do cinema, convidando a percorrer os caminhos das imaginação.

Mark Baker, realizador britânico de animação, afirmou no último Cinanima que tinha a impressão que em Portugal não havia propriamente uma industria, mas sim «indivíduos». Nada mais certo. Por outro lado, deixou também a mensagem que «também em Londres a industria é muito frágil. Não é nada como na América. O mais próximo que temos disso é a Aardman que, no entanto, é uma excepção».

É verdade que a excepção não faz a regra, mas o género cinematográfico que é a animação, a nível nacional, continua a mostrar uma qualidade que merece ter continuidade.

Notícias

Sérgio Tréfaut Premiado em Paris

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«Fleurette», do realizador Sérgio Tréffaut, recebeu o Grande Prémio do festival Les Écrans Documentaires. «Fleurette», do realizador Sérgio Tréffaut, recebeu o Grande Prémio do festival Les Écrans Documentaires.  Realizado em 2002, e tendo já recebido anteriormente um Prémio de Melhor Montagem na 1ª Edição do Festival Internacional de Cinema Documental de Lisboa – DocLisboa, «Fleurette» foi agora premiado com o principal galardão do festival de documentários que teve lugar em Paris, entre 14 e 23 de Novembro.

Produzido pela Filmes do Tejo Audiovisuais, «Fleurette» é um retrato documental que tem como título o nome de uma mulher de 79 anos, cujo filho se interroga agora sobre o passado atribulado da sua progenitora. Pouco a pouco, vencendo medos e resistências, as histórias vão surgindo e desvendando um passado até então guardado nas gavetas da memória.

A montagem, já anteriormente premiada, esteve a cargo de Pedro Duarte, Jorge Divo, Andreia Bertini e Pedro Ribeiro.

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Cinema de Regresso ao São Luiz

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Mais de noventa anos depois, o cinema regressa ao teatro do Chiado pela mão de Lauro António.  Até final de Março, prosseguem os ciclos de cinema no Jardim de Inverno do Teatro Municipal São Luiz. Regressa assim, a este espaço, uma arte que esteve ausente desde 1911, data em que se interromperam nele as sessões cinéfilas, aliás efémeras.

Com organização de Lauro António, a iniciativa tem o nome de «The Wonderful – Cinematógrafo» e integra diversos ciclos cujas obras se aproximam dos espectáculos em curso na sala principal do teatro. Para o realizador, «Esta é uma iniciativa que pretende recuperar a mística de uma época, já que o Jardim de Inverno teve sessões de cinema em 1911, acompanhadas com música ao piano porque eram filmes mudos».

Na época, essas sessões duraram apenas um mês, o que não sucede com estes ciclos iniciados em Janeiro e que poderão prolongar-se para além de Março, depois da adaptação do espaço. Para já, entre 19 de Fevereiro e 4 de Março decorrerá o ciclo «Maiores de 6 anos», coincidindo com a estreia da ópera para crianças «A Floresta», a partir de um conto de Sophia de Mello Breyner. Serão exibidos «A Floresta Mágica», de Ángel de la Cruz, «A Princesa Mononoke» e «A Viagem de Chihiro», ambos de Hayao Miyazaki.

Entre 11 e 25 de Março, em paralelo com a série de espectáculos «De Regresso à Broadway» sobre mestres do musical norteamericano, serão exibidos «Balas sobre a Bradway» de Woody Allen, «O Falhado Mentiroso ou Por Favor Não Matem as Velhinhas» de Mel Brooks e «All That Jazz», de Bob Fosse.

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Eduardo Serra Nomeado para Novo Óscar

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O director de fotografia português foi nomeado pela segunda vez pela Academia de Hollywood.O director de fotografia português foi nomeado pela segunda vez pela Academia de Hollywood. O director de fotografia Eduardo Serra, nascido em Lisboa, foi nomeado pela Academia de Hollywood para o Óscar na categoria de Melhor Fotografia, pelo seu trabalho com Peter Weber no filme «Rapariga com Brinco de Pérola».

Com estreia prevista em Portugal dia 12 de Fevereiro, é baseado no romance com o mesmo nome de Tracey Chevalier, sobre uma jovem criada que se transforma na musa do pintor Johannes Vermeer. O filme concorre também nas categorias de Direcção Artística e Melhor Guarda-Roupa.

Esta é a segunda nomeação de Eduardo Serra que, em 1998, concorreu na mesma categoria como director de fotografia de «As Asas do Amor», de Iain Sofley. Para além destes dois realizadores, Serra tem no seu curriculum trabalhos com Chabrol, Patrice Leconte, Michael Winterbottom e Michel Blanc. Os resultados serão conhecidos na cerimónio de dia 29 de Fevereiro, apresentada por Tom Hanks.

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União Europeia Mantém Sistema de Subsídios

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Os responsáveis pelos institutos de cinema da UE decidiram manter o actual sistema de subsídios ao cinema e audiovisual até ao final de 2009.

A União Europeia considera que «a indústria global é dominada pelos estúdios norte-americanos» e ainda que «nenhum mercado nacional europeu tem dimensão suficiente para se fornecer a si mesmo uma única produção, diversificada e de qualidade». Por essa, entre outras razões, os responsáveis pelos institutos de cinema dos 15 países da UE decidiram manter o actual sistema de subsídios ao cinema e audiovisual europeus, criado em 2001, até ao final do ano de 2009.

Esta decisão surgiu após a discussão de uma proposta, a qual visava a revisão do regime em vigor de subsídios públicos nacionais, atribuídos às obras para cinema e televisão. O ponto central em debate foi o da imposição de um país membro, quando co-financiador, de uma dispensa ao produtor principal de um montante da receita de bilheteira para o território em causa.
No entanto, os Quinze afirmaram que «nenhuma prova documenta que a promoção das indústrias e das cinematografias, posta em prática pelos Estados membros, impeça o bom funcionamento do mercado interno». Pelo contrário, para os responsáveis da UE, «as medidas que se manterão em vigor são determinantes, para manter e desenvolver o mercado para as obras europeias».